sexta-feira, 12 de março de 2010

Oficina de Robótica


Um aspecto aceito por muitos autores é que tanto o jogo, como a brincadeira e o brinquedo, além de fazerem parte da cultura de um povo propiciam o desenvolvimento da criança, de forma livre e prazerosa, pois, através desses instrumentos, a criança aprende brincando.

O estímulo a um trabalho com diferentes idades em um mesmo ambiente, tão lúdico e, simultaneamente, tão organizado em sua dimensão e possibilidade de aprendizagem, nos faz concluir que o êxito e a alegria em desenvolvê-lo, passam, obrigatoriamente, pelo prazer de fazer educação em um ambiente onde a criança aprende fazendo. Segundo Vygotsky, a aprendizagem tem um papel fundamental para o desenvolvimento do saber, do conhecimento. Todo e qualquer processo de aprendizagem é ensino-aprendizagem, incluindo aquele que aprende, aquele que ensina e a relação entre eles. O trabalho, então, se configura como modalidade de intercâmbio lingüístico entre pares, que permite uma alternância de papéis que as interações professor-aluno não apresentam usualmente.

As atividades desenvolvidas e realizadas em cada encontro são planejadas sempre após uma análise do momento anterior, sendo norteadas pelo currículo tecnológico que desenvolvemos, como também, nas metas atitudinais que o espaço possibilita construir e avaliar.

O estabelecimento de um clima de cooperação para alcançar os objetivos propostos em cada aula, possibilita o uso de recursos criativos na resolução de situações problemáticas, estimulando o cérebro a processar informações de que dispõe para resolver problemas da maneira mais criativa e menos estressante.


O trabalho com brinquedo tornou possível que a situação-problema seja pensada dentro de um clima de diversão e entretenimento, o que favorece a motivação e o envolvimento dos alunos, e, portanto, a percepção e o raciocínio. Nele, ocorre a total ação da criança para atingir seus objetivos. O que é perfeitamente concordante com a visão piagetiana, que faz da ação do sujeito, o centro de todo processo de busca do conhecimento.

As crianças constroem montagens robotizadas, contam histórias sobre suas criações, elaboram pequenos relatórios, realizam pesquisa em sites e textos previamente orientados. E nestes procedimentos, realizamos seqüências como:

- uma intervenção oral inicial por parte da orientadora;

- questionamentos gerais e, em seguida, mais dirigidos às necessidades de cada equipe, que são formadas por crianças de diferentes idades e níveis de conhecimento;

- pedidos de justificativas;

- remontagem de uma atividade ou situação;

- situações gráficas: relatórios, fichas, etc.

É importante propor diferentes possibilidades de análise para os alunos, sempre apresentando novos obstáculos a serem superados.

Assim, observamos uma constante satisfação em nosso espaço de trabalho e aprendizagem.

Para potencializar a aprendizagem, assistimos a filmes ligados ao tema, realizamos momentos de exposição oral das descobertas realizadas por cada equipe, etc.

O gerenciamento do espaço não é, em todos os seus momentos, fácil ou simples. Para atender as diferentes demandas, são necessárias intervenções constantes, até que a proposta seja sentida e comece a ser posta em prática, a partir dos nossos combinados e avaliações em grupo.

Vancleide Jordão